quinta-feira, 29 de março de 2012

Aquele momento constrangedor...

... Em que te apercebes que por mais que te esforces não consegues evitar revirar os olhos quando falas com certas pessoas, e o melhor que consegues fazer para disfarçar é fingir que te caiu uma pestana para o olho!

Scumbag body!

quarta-feira, 28 de março de 2012

Um Bom Par de Chapadas

I

Quando se está completamente farto
Quando se esgotou tudo
O vinho o amor as cartas
Quando se perdeu o vício
Das sopas de camarões
Das salsichas de Sarthe
Quando a visão de um strip-tease
Nos faz dizer Que parvoíce
Não arranjaram melhor
Ainda resta um jeito
Que nunca perde o efeito
De ver a vida a cor-de-rosa

Primeiro refrão

Um par de chapadas na tromba
Um bom pontapé no cu
Um murraço nas queixadas
Dá-nos outra juventude
Um bom par de chapadas na tromba
Um directo em cheio no estômago
Os dedos dos pés debaixo duma mó
Um biqueiro em pleno tralálá
Apaga tudo, a droga e a aspirina
Os espinafres, o snif e a Badoit
É mais bacana que o foie gras em terrina
Pois é menos caro e não engorda
Um bom par de chapadas na tromba
E a vida volta a ter valor
Numa manhã em que nos sintamos sós
Toca a partir a cara entre amigos

II

Quando ela deu de frosque
Levando o dinheiro
E a máquina de costura
Deixando-nos o lava-louça
Cheio de louça por lavar
E o sal no pote do açúcar
Quando o nosso melhor amigo
Telefona no dia seguinte
Dizendo Vem-na buscar
A gente casquina e pensa
Espera um pouco Hortênsia
Vais ver o que vais levar

Segundo refrão

Um par de chapadas na tromba
Um bom pontapé no cu
Um murraço nas queixadas
Dá-te outra juventude
Um bom par de chapadas na tromba
Um directo em cheio no estômago
Os dedos dos pés debaixo duma mó
Um biqueiro em pleno tralálá
Aborrecias-te no meu quartinho
Suspiravas querias coisa nova
Doravante de Janeiro a Dezembro
Conta comigo para te servir à discrição
Um bom par de chapadas na tromba
Isso há-de consolar-me minha rica
Dos serões em que manipulavas
O rolo da massa
Toma lá cabra

Boris Vian, Canções e Poemas
Tradução de Irene Freire Nunes / Fernando Cabral Martins

Tinha de partilhar... O que eu já me ri com isto! Mas agora a sério... É verdade! Não faltam dias que o que nos falta é "Um bom par de chapadas na tromba"! Se estiverem num desses dias, considerem-se esbofeteados e sorriam! 

Bons filmes e boas leituras!

terça-feira, 27 de março de 2012

Dexter

Fonte: http://epguides.com/
O que eu gosto desta série! Neste momento vou ter de roer as unhas até aos cotovelos à espera que comece a nova temporada, porque se há umas que põe um ponto final e nos deixam descansar no Verão, esta não foi definitivamente uma delas!
Tem sido uma série em que cada temporada traz qualquer coisa de novo, sejam alterações nas funções das personagens, modificações no elenco, ou as melhores de todas, aqueles pequenos desvios preciosos que a personalidade de Dexter Morgan vai sofrendo, que nunca nos deixa ter a certeza de que caminho vai seguir (ele próprio tem períodos de dúvida) mas que, ao mesmo tempo, nos assegura por alguma razão que não é fácil de identificar, que no fundo todos temos uma faceta imutável e que o nosso "vingador" preferido não pode fugir à dele.
Na minha opinião, todos racionalizamos que o papel do Dexter é de um assassino e que não quereríamos desempenhá-lo, mas ao mesmo tempo, todos desejamos, platónica e mais ou menos conscientemente, fazê-lo...
Enfim, quem não conhece tem uma sorte enorme, porque quando resolver começar tem muitas horas de verdadeiro entretenimento pela frente, quem conhece, paciência, resta-nos roer as unhas todos juntos!

Bons filmes e boas leituras!

Boa gestão é...

Contratar um profissional para fazer um determinado trabalho e, posteriormente, pegar nesse mesmo trabalho e alterar sem ter quaisquer conhecimentos na área.

sexta-feira, 23 de março de 2012

Back And Forth

Vi há uns tempos este documentário e ainda não tinha falado dele, por isso aproveito hoje!

Como fã de Foo Fighters, é óbvio que a minha opinião sobre o Back and Forth não é isenta, mas ainda assim resolvi dá-la. Adorei (que surpresa!) o documentário. Está feito de uma forma muito terra a terra, muito sincera, sem tentar esconder situações que deixam, ou que deixariam se eles assim o permitissem, alguns do membros actuais da banda numa posição delicada.
Desde a toxicodependência de Taylor Hawkins às decisões mais duras e egoístas do líder Dave Grohl, passando pela influência positiva/negativa do nome dos Nirvana no lançamento e sucesso dos Foo Fighters, nada é considerado tabu e nada é abafado.
É dada a palavra a antigos membros da banda, alguns excluídos da mesma de forma pouco sensível, que claramente ainda guardam ressentimentos contra alguns dos actuais integrantes e a sua opinião é aceite.
Por aceite, não quero dizer que Dave Grohl (que claramente desempenha mais que um papel de líder da banda, parece-me a mim que uma palavra adequada seria "patrão") se arrependa das decisões tomadas. Claramente lamenta ter magoado as pessoas e reconhece que poderia, talvez, ter feito o mesmo de forma diferente, mas considera que tomou as decisões necessárias e que as mesmas levaram ao momento fabuloso que os Foo Fighters actualmente vivem.
Ficamos a par, muitas vezes com uma nota humorística da parte de Dave Grohl, de muitas aventuras da vida da banda e de cada um dos seus membros e ex-membros e vamos sendo trazidos até à realidade dos Foo Fighters dos dias de hoje, unidos por uma longa história, com um ambiente que incorpora, na suposta vida de "estrelas", as famílias de cada um com a maior naturalidade e que recupera algumas das antigas participações, tanto nos Foo Fighters como noutros projectos, para os mais variados fins.
Sarcasmo, emoção, história e muito bom humor são os ingredientes para uns minutos bem passados que nos deixam bem dispostos o resto do dia. Pelo menos se formos fãs desta grande banda.



The Pretender

Keep you in the dark
You know they all pretend
Keep you in the dark
And so it all began


Send in your skeletons
Sing as their bones go marching in... again
The need you buried deep
The secrets that you keep are ever ready
Are you ready?
I'm finished making sense
Done pleading ignorance
That whole defense


Spinning infinity, boy
The wheel is spinning me
It's never-ending, never-ending
Same old story


[Chorus (x2):]
What if I say I'm not like the others?
What if I say I'm not just another one of your plays?
You're the pretender
What if I say I will never surrender?


In time or so I'm told
I'm just another soul for sale... oh, well
The page is out of print
We are not permanent
We're temporary, temporary
Same old story


[Chorus x2]


I'm the voice inside your head
You refuse to hear
I'm the face that you have to face
Mirrored in your stare
I'm what's left, I'm what's right
I'm the enemy
I'm the hand that will take you down
Bring you to your knees


So who are you?
Yeah, who are you?
Yeah, who are you?
Yeah, who are you?


Keep you in the dark
You know they all pretend


[Chorus x2]


[x2]
What if I say I'm not like the others?
(Keep you in the dark)
What if I say I'm not just another one of your plays?
(You know they all... pretend)
You're the pretender
What if I say I will never surrender?


So who are you?
Yeah, who are you?
Yeah, who are you?

Bom fim de semana!!!

quinta-feira, 22 de março de 2012

A Dificuldade do Poder Obtido sem Esforço

Aqueles que, só pela mão da fortuna, de vulgares cidadãos se tornam príncipes alcançam o mando com pouca fadiga, mas só com muito esforço o conseguem manter. Não experimentam dificuldades na caminhada para o poder, parecendo que para lá vão voando. As dificuldades surgem depois de serem entronizados. É o que sucede com aqueles a quem é dado um estado a troco de dinheiro ou por graça de quem o concede (...) Os que assim sobem à condição de príncipe ficam dependentes da vontade e da fortuna de quem lhes proporcionou o trono, que são duas coisas assaz volúveis e instáveis, não sabendo nem podendo garantir a sua conservação. Não sabem - porque, a menos que seja um homem de grande habilidade e virtude, não é razoável que, tendo sempre vivido como vulgar cidadão, saiba comandar; não podem - porque não dispõem de forças que lhes possam ser amigas e fiéis. Além disto, os estados que surgem de repente, como todas as outras coisas da natureza que nascem e crescem rapidamente, não desenvolvem as raízes, o tronco e os ramos, sendo destruídos pelo primeiro temporal. Isto, a menos que aqueles que, como eu disse, de repente se tornaram príncipes possuam tanta virtude como a fortuna que tiveram quando o estado lhes caiu no regaço e saibam, rapidamente, preparar-se para o conservar. E aqueles pressupostos que outros preencheram antes de se tornarem príncipes sejam por eles reunidos posteriormente.

Nicolo Maquiavel, O Príncipe

O que eu gosto de ver o Quasimodo a gerir... Ai, o que eu gosto!!!

quarta-feira, 21 de março de 2012

Mais parabéns!

Estes são partilhados... Primeiro, a minha avó (mais conhecida por "mãe") que já não vai para nova, faz aí alguns 29! Teve um papel muito importante na minha educação uma vez que até aos 10 anos, sensivelmente, passava muito mais tempo com os meus avós que com os meus pais (e depois disso também, mas já ia dormir a casa dos meus pais)... Vai daí, desejo-lhe um excelente dia! Muitos parabéns!

O segundo aniversariante do dia, não vale a pena dizer quantos anos faz porque não tem idade, é uma fonte de talento e awesomeness inesgotável e intemporal. Já foi punk, prisioneiro, pedófilo, polícia mau, polícia bom, vampiro, ditador, assassino, personagem secundária de Shakespeare, rabi, Sirius Black (<3), .... A lista parece que nunca acaba e é repleta de filmes de todo o tipo, uns melhores outros piores, uns milionários outros de baixo orçamento, mas sempre com interpretações brilhantes! Muitos parabéns a este grande senhor... *drumroll* GARY OLDMAN!!!

Fonte:  http://www.fashionfashion.org/


Bons filmes e boas leituras!

terça-feira, 20 de março de 2012

Nenhum mortal no mundo satisfeito

Nenhum mortal no mundo satisfeito
Com sua Sorte está, nunca é contente,
Pois de mil desatinos enche a mente
Sem que possa gozar um bem perfeito.

O soldado deseja o canto estreito
Da cela do ermitão, com ânsia ardente:
Este, da guerra, o estrépito fremente
Deseja, sem razão, ao ócio afeito.

O rico, redobrados bens deseja;
O pobre, de quimeras se sustenta;
No coração humano reina a Inveja.

Pobre, rico, fidalgo se alimenta
De insaciáveis desejos que lhe peja
Sua Sorte fatal, que os não contenta.

Francisco Joaquim Bingre, Sonetos

Sou obrigada a discordar... Estou certa, mas assim mesmo de certeza absoluta, que se hoje ganhasse o euromilhões a minha sorte me contentava... Pelo menos durante uns tempos!
Agora a sério, gostei do poema porque é algo que refiro muitas vezes tanto a quem se queixa de ter azar, como a quem critica os que se queixam de coisas que parecem tão pequenas como se de grandes tragédias se tratassem. A relatividade da sorte é inegável, fascinante, revoltante... Fazem-se todos os dias milhares de comentários sobre esta questão, sobre como o adolescente mimado se tentou suicidar porque os pais se enganaram na cor do iPhone e como as vítimas das cheias na América do Sul celebram terem conservado a sua saúde num churrasco improvisado com a água até à cintura! Nas redes sociais, nos sites de entretenimento, nos media em geral, este é um tema que serve para enxovalhar uns e dignificar outros segundo padrões admitidos pela maioria... Eu tenho os meus próprios conceitos de sorte ou falta dela, eu também julgo os outros segundo os meus conceitos... Mas quando são outros a julgar, pego na minha moral toda e digo: "a sorte é relativa!".

Bons filmes e boas leituras!

segunda-feira, 19 de março de 2012

Dia do Pai

Ora, uma vez que o meu pai fez anos há menos de uma semana e já descarreguei o que tinha a dizer sobre ele, vou só deixar uma música que também os meus pais gostam e que vem a propósito do tema. Divirtam-se e um feliz dia a todos os pais, futuros pais (que são "mais que as mães" ultimamente) e, especialmente, ao MEU pai!
E cá fica, como ele diz, o "Gato Esteves"...



Father
It's not time to make a change,
Just relax, take it easy.
You're still young, that's your fault,
There's so much you have to know.
Find a girl, settle down,
If you want you can marry.
Look at me, I am old, but I'm happy.

I was once like you are now, and I know that it's not easy,
To be calm when you've found something going on.
But take your time, think a lot,
Why, think of everything you've got.
For you will still be here tomorrow, but your dreams may not.

Son
How can I try to explain, when I do he turns away again.
It's always been the same, same old story.
From the moment I could talk I was ordered to listen.
Now there's a way and I know that I have to go away.
I know I have to go.

Father
It's not time to make a change,
Just sit down, take it slowly.
You're still young, that's your fault,
There's so much you have to go through.
Find a girl, settle down,
if you want you can marry.
Look at me, I am old, but I'm happy.

Son
All the times that I cried, keeping all the things I knew inside,
It's hard, but it's harder to ignore it.
If they were right, I'd agree, but it's them you know not me.
Now there's a way and I know that I have to go away.
I know I have to go.

Bons filmes e boas leituras!

sexta-feira, 16 de março de 2012

Like a Sir!

Creio que ainda não tinha dito que há um actor que, para mim, se encontra ao nível de talento do Gary Oldman. Agora num "passeio pela teia", fui esbarrar com uma entrevista deste SENHOR (sim, com todas maiúsculas) que me relembrou que por detrás de um grande actor está também um grande homem. E grande porquê? Pela sua humildade, pela forma como fala de ser rejeitado/ignorado pelos agentes (e não, não é no início de carreira, é como actor galardoado e com dezenas de anos e de filmes de experiência) e, acima de tudo, pelo cativante cinismo misturado com aceitação... Sim, há coisas na vida que são uma chatice, há pessoas que não interessam, mas ressentimentos? Não vale a pena perder tempo com isso. Um senhor, um autêntico senhor! E quem é, quem é?

Fonte: wikipedia.org

Leiam a entrevista completa no The Telegraph, que não é muito grande e vale a pena, apesar de ter já mais de um ano (Janeiro de 2011).

My philosophy is: It’s none of my business what people say of me and think of me. I am what I am and I do what I do. I expect nothing and accept everything. And it makes life so much easier.
Sir Anthony Hopkins

Bons filmes e boas leituras! 

quinta-feira, 15 de março de 2012

Sou Lúcido

Cruzou por mim, veio ter comigo, numa rua da Baixa
Aquele homem mal vestido, pedinte por profissão que se lhe vê na cara,
Que simpatiza comigo e eu simpatizo com ele;
E reciprocamente, num gesto largo, transbordante, dei-lhe tudo quanto tinha
(Exceto, naturalmente, o que estava na algibeira onde trago mais dinheiro:
Não sou parvo nem romancista russo, aplicado,
E romantismo, sim, mas devagar...).

Sinto uma simpatia por essa gente toda,
Sobretudo quando não merece simpatia.
Sim, eu sou também vadio e pedinte,
E sou-o também por minha culpa.
Ser vadio e pedinte não é ser vadio e pedinte:
É estar ao lado da escala social,
É não ser adaptável às normas da vida,
'As normas reais ou sentimentais da vida -
Não ser Juiz do Supremo, empregado certo, prostituta,
Não ser pobre a valer, operário explorado,
Não ser doente de uma doença incurável,
Não ser sedento da justiça, ou capitão de cavalaria,
Não ser, enfim, aquelas pessoas sociais dos novelistas
Que se fartam de letras porque tem razão para chorar lagrimas,
E se revoltam contra a vida social porque tem razão para isso supor.

Não: tudo menos ter razão!
Tudo menos importar-se com a humanidade!
Tudo menos ceder ao humanitarismo!
De que serve uma sensação se ha uma razão exterior a ela?

Sim, ser vadio e pedinte, como eu sou,
Não é ser vadio e pedinte, o que é corrente:
É ser isolado na alma, e isso é que é ser vadio,
É ter que pedir aos dias que passem, e nos deixem, e isso é que é ser pedinte.

Tudo o mais é estúpido como um Dostoiewski ou um Gorki.
Tudo o mais é ter fome ou não ter o que vestir.
E, mesmo que isso aconteça, isso acontece a tanta gente
Que nem vale a pena ter pena da gente a quem isso acontece.

Sou vadio e pedinte a valer, isto é, no sentido translato,
E estou-me rebolando numa grande caridade por mim.

Coitado do Álvaro de Campos!
Tão isolado na vida! Tão deprimido nas sensações!
Coitado dele, enfiado na poltrona da sua melancolia!
Coitado dele, que com lagrimas (autenticas) nos olhos,
Deu hoje, num gesto largo, liberal e moscovita,
Tudo quanto tinha, na algibeira em que tinha pouco
Aquele pobre que não era pobre que tinha olhos tristes por profissão.

Coitado do Álvaro de Campos, com quem ninguém se importa!
Coitado dele que tem tanta pena de si mesmo!

E, sim, coitado dele!
Mais coitado dele que de muitos que são vadios e vadiam,
Que são pedintes e pedem,
Porque a alma humana é um abismo.

Eu é que sei. Coitado dele!
Que bom poder-me revoltar num comício dentro de minha alma!

Mas até nem parvo sou!
Nem tenho a defesa de poder ter opiniões sociais.
Não tenho, mesmo, defesa nenhuma: sou lúcido.

Não me queiram converter a convicção: sou lúcido!

Já disse: sou lúcido.
Nada de estéticas com coração: sou lúcido.
Merda! Sou lúcido.


Álvaro de Campos, Poemas

O Álvaro de Campos às vezes irrita-me... De cada vez que dou com um poema que não conhecia, é sempre absolutamente espectacular. Está mal. Ninguém (muito menos uma personalidade fictícia) devia ser dotado de tamanho talento. Depois não sobre nada para nós, comuns mortais! 
Agora a sério, o Álvaro é o maior!... Ou o Pessoa... Ou lá como eles se organizam... 

Bons filmes e boas leituras!

quarta-feira, 14 de março de 2012

O Princípio da Simpatia e Antipatia

O princípio da simpatia e antipatia tende ao máximo a pecar por severidade excessiva. Tende ele a aplicar castigo em muitos casos em que é injusto fazê-lo, e, em casos em que se justifica uma punição, a aplicar severidade maior do que a merecida. Não existe acto algum imaginável, por mais trivial e por menos censurável que seja, que o princípio da simpatia e antipatia não encontre algum motivo para punir. Quer se trate de diferenças de gosto, quer se trate de diferenças de opinião, sempre se encontra motivo para punir. Não existe nenhum desacordo, por mais trivial que seja, que a perseverança não consiga transformar num incidente sério. Cada qual se torna, aos olhos do seu semelhante, um inimigo e, se a lei o permitir, um criminoso. Este é um dos aspectos sob os quais a espécie humana se distingue - para seu desabono - dos animais.
Por princípio de simpatia e antipatia entendo o princípio que aprova ou desaprova certas acções, não na medida em que estas tendem a aumentar ou a diminuir a felicidade da parte interessada, mas simplesmente pelo facto de que alguém se sente disposto a aprová-las ou reprová-las.Os partidários deste princípio mantêm que a aprovação ou a reprovação constituem uma razão suficiente em si mesma, negando a necessidade de procurar qualquer fundamento extrínseco. Isto, no sector genético da moral; na área específica da política, tais autores avaliam o grau da punição de acordo com o grau de desaprovação.

Jeremy Bentham, Uma Introdução aos Princípios da Moral e da Legislação

Este texto está tão bom, mas tão bom, tão bom... É incrível como se aplica, desde a pequena à grande escala, a quase tudo, de tal forma que eu própria quase me senti envergonhada a lê-lo por reconhecer que, também eu, aplico o referido princípio.
Enfim, não tenho grande coisa a acrescentar, vou só inclinar a cabeça em sinal de vergonha e seguir com a minha vidinha... De julgar tudo e todos... 

Bons filmes e boas leituras!

terça-feira, 13 de março de 2012

Parabéns ao meu pai!!!

E obrigada por me teres mostrado a porta de entrada para o mundo da boa música!
Hoje quando me dizem "ah e tal, por causa de Pearl Jam (ou outra banda actual) comecei a ouvir __________" (The Who, Bob Dylan, Neil Young, The Doors, Led Zeppelin, Pink Floyd, etc, etc, etc...) eu encolho os ombros... Cheguei lá antes. Muito antes.
Na minha casa sempre se ouviu muito música brasileira, desde popular a samba, passando pela bossa nova, sempre houve de tudo... E eu não gostava. E enjoei, para ser sincera. Ainda hoje tenho bastante dificuldade em engolir música brasileira, seja de que estilo for.
Mas por outro lado, havia também o rock, o rock nos seus vários estilos, nas suas muitas vertentes, desde o Folk Rock do Bob Dylan ao Heavy Metal dos Iron Maiden, passando pelo Psicadélico (ouvido quase em repeat) dos Pink Floyd e fazendo uma paragem no Hard Rock dos Led Zeppelin, nunca faltaram discos de vinil e mais tarde CDs e agora talvez já não tanto, mas quando eu era mais nova, a aparelhagem pouco descanso tinha...
Lembro-me de quando comprámos a aparelhagem que ainda hoje está na sala dos meus pais à excepção do gira-discos, esse está na minha sala, (era fantástica, tinha imensos módulos, ainda tinha gira discos e leitor/gravador de cassetes mas também já tinha leitor de CDs, e um equalizador cheio de mariquices) que foi comprada com bastante relutância porque era muito cara, mas lembro-me que o argumento final foi mesmo o facto do meu pai já sonhar com ela, literalmente!
Digo muitas vezes que a música é uma parte da minha vida indispensável e que tenho dificuldade em perceber quem pode dizer que "ouve o que dá na rádio" e que "não tem uma banda preferida, gosta de várias músicas" mas acho que me esqueço muitas vezes também que se eu não sou assim, não é por acaso, é pela educação. Não me foi ensinado que não se vive sem música, simplesmente nunca tive a experiência de viver sem ela.
Por isso, obrigada pai (e mãe claro!) por teres colocado uma banda sonora na minha vida e ainda por cima de tamanha qualidade!



Hurricane

Pistol shots ring out in the ballroom night
Enter Patty Valentine from the upper hall.
She sees the bartender in a pool of blood,
Cries out, "My God, they've killed them all!"
Here comes the story of the Hurricane,
The man the authorities came to blame
For somethin' that he never done.
Put in a prison cell, but one time he could-a been
The champion of the world.

Three bodies lyin' there does Patty see
And another man named Bello, movin' around mysteriously.
"I didn't do it," he says, and he throws up his hands
"I was only robbin' the register, I hope you understand.
I saw them leavin'," he says, and he stops
"One of us had better call up the cops."
And so Patty calls the cops
And they arrive on the scene with their red lights flashin'
In the hot New Jersey night.

Meanwhile, far away in another part of town
Rubin Carter and a couple of friends are drivin' around.
Number one contender for the middleweight crown
Had no idea what kinda shit was about to go down
When a cop pulled him over to the side of the road
Just like the time before and the time before that.
In Paterson that's just the way things go.
If you're black you might as well not show up on the street
'Less you wanna draw the heat.

Alfred Bello had a partner and he had a rap for the cops.
Him and Arthur Dexter Bradley were just out prowlin' around
He said, "I saw two men runnin' out, they looked likemiddleweights
They jumped into a white car with out-of-state plates."
And Miss Patty Valentine just nodded her head.
Cop said, "Wait a minute, boys, this one's not dead"
So they took him to the infirmary
And though this man could hardly see
They told him that he could identify the guilty men.

Four in the mornin' and they haul Rubin in,
Take him to the hospital and they bring him upstairs.
The wounded man looks up through his one dyin' eye
Says, "Wha'd you bring him in here for? He ain't the guy!"
Yes, here's the story of the Hurricane,
The man the authorities came to blame
For somethin' that he never done.
Put in a prison cell, but one time he could-a been
The champion of the world.

Four months later, the ghettos are in flame,
Rubin's in South America, fightin' for his name
While Arthur Dexter Bradley's still in the robbery game
And the cops are puttin' the screws to him, lookin' for somebody to blame.
"Remember that murder that happened in a bar?"
"Remember you said you saw the getaway car?"
"You think you'd like to play ball with the law?"
"Think it might-a been that fighter that you saw runnin' that night?"
"Don't forget that you are white."

Arthur Dexter Bradley said, "I'm really not sure."
Cops said, "A poor boy like you could use a break
We got you for the motel job and we're talkin' to your friend Bello
Now you don't wanta have to go back to jail, be a nice fellow.
You'll be doin' society a favor.
That sonofabitch is brave and gettin' braver.
We want to put his ass in stir
We want to pin this triple murder on him
He ain't no Gentleman Jim."

Rubin could take a man out with just one punch
But he never did like to talk about it all that much.
It's my work, he'd say, and I do it for pay
And when it's over I'd just as soon go on my way
Up to some paradise
Where the trout streams flow and the air is nice
And ride a horse along a trail.
But then they took him to the jail house
Where they try to turn a man into a mouse.

All of Rubin's cards were marked in advance
The trial was a pig-circus, he never had a chance.
The judge made Rubin's witnesses drunkards from the slums
To the white folks who watched he was a revolutionary bum
And to the black folks he was just a crazy nigger.
No one doubted that he pulled the trigger.
And though they could not produce the gun,
The D.A. said he was the one who did the deed
And the all-white jury agreed.

Rubin Carter was falsely tried.
The crime was murder "one," guess who testified?
Bello and Bradley and they both baldly lied
And the newspapers, they all went along for the ride.
How can the life of such a man
Be in the palm of some fool's hand?
To see him obviously framed
Couldn't help but make me feel ashamed to live in a land
Where justice is a game.

Now all the criminals in their coats and their ties
Are free to drink martinis and watch the sun rise
While Rubin sits like Buddha in a ten-foot cell
An innocent man in a living hell.
That's the story of the Hurricane,
But it won't be over till they clear his name
And give him back the time he's done.
Put in a prison cell, but one time he could-a been
The champion of the world.


Bons filmes e boas leituras!

P.S. - Faz falta às gerações de hoje quem lhes passe o que vem do tempo em que havia boa música com boas letras por todo o lado porque se torna cada vez mais difícil seleccionar, entre a imensidão de lixo propagada pelos media, a boa música que por aí anda. Mostrem-lhes os exemplos, e eles lá chegarão. Enquanto isso, façamos figas para que, no futuro, o lixo seja ultrapassado pela boa música novamente.

segunda-feira, 12 de março de 2012

Ghost Rider: Spirit of Vengeance (3D)

Ontem fui ver... Fraquinho, fraquinho... Pior que o primeiro... Neste preocuparam-se em distrair-nos com um 3D que até está engraçado, por causa do fogo e tal, mas resolveram não dar grande importância ao resto...
Do desempenho dos actores até à história, nada sobressai. Gostam de filmes baseados em heróis da Marvel? Querem passar uma tarde descontraída? Têm uma estupidez de dinheiro para dar por uma hora e meia de descontracção (ou cartão ZON e companhia, como eu)? Então força!
Caso contrário, mais vale optar por ir comer um geladinho ao sol....

Fonte: sciencefiction.com

Bons filmes e boas leituras!

sexta-feira, 9 de março de 2012

Remédio para o Pessimismo

Queixas-te porque não encontras nada a teu gosto?
São então sempre os teus velhos caprichos
Ouço-te praguejar, gritar e escarrar...
Estou esgotado, o meu coração despedaça-se.
Ouve, meu caro, decide-te livremente.
A engolir um sapinho bem gordinho,
De uma só vez e sem olhar.
É remédio soberano para a dispepsia.



Friedrich Nietzsche, A Gaia Ciência

Tem faltado optimismo... Pelo menos à minha volta. Até eu que sou uma pessoa que se recusa a ver só o lado negativo de qualquer situação (a sério!) de vez em quando aborreço-me de tanta coisa errada e apetece-me queixar-me e queixar-me e queixar-me... Como se isso fosse resolver alguma coisa! Queixar-se é como rezar, bem que se pode martelar o dia inteiro durante anos que se não se fizer por isso (seja o isso o que isso for...) terminamos exactamente igual ao que começámos... Ou ao que terminaríamos caso nada tivéssemos feito, pois iguais nunca ficamos quando algo muda, mesmo sem o nosso controlo.
É por isto que raramente me dura o pessimismo. Depois de passar uma tarde a lamentar-me, chego à noite com o problema tão resolvido como estava quando comecei, e com uma tarde a menos na minha vida... Olha que esperta! Que tempo bem empregue! Então, quando chego a esta conclusão, sigo o concelho de Nietzsche e decido-me livremente a engolir o meu sapo, com plena consciência que, até hoje, os meus sapos mais não foram que girinos e que todos os dias há quem os engula, adultos e bem gordos, para sair de casa com um sorriso a pensar para consigo que a situação "podia ser bem pior"... 
Portanto, engulam os sapos que têm para engolir hoje e gozem o fim de semana!

Bons filmes e boas leituras!

quinta-feira, 8 de março de 2012

Dia Internacional da Mulher

Não vou explicar detalhadamente as origens do Dia Internacional da Mulher porque todos sabemos consultar a wikipedia, certo? (No caso é mesmo só seguir o link, coloquei o inglês que está mais completo.)

Membros da Women's International League for Peace and Freedom, em Washington, D.C., 1922.
Fonte: wikipedia.org
O que eu queria aqui, e queria muito, é lembrar que as mulheres não tiveram uma existência pacífica no mundo moderno. A igualdade a que hoje estamos habituadas nos países desenvolvidos (estamos...?) não foi um dado assumido até há bem menos tempo do que pensamos (quem se move, por exemplo, em círculos de emprego mais masculinos, sabe que ainda hoje nem sempre é.) e, claro, nem vale a pena falar em muitos países em vias de desenvolvimento em que continuam a ser negados, às mulheres, direitos tão básicos como o voto, a educação e a independência.
O que eu gostaria hoje, como celebração do Dia Internacional da Mulher, era que nos lembrássemos que houve muitas mulheres de armas que deram a vida, literal ou figuradamente, para que hoje tenhamos o "grau de igualdade" que temos. Que uma mulher define-se pela sua força, capacidade de lidar com dificuldades, de superar problemas, de enfrentar tempos difíceis com determinação e trabalho, sem medo!
É deste tipo de mulher que o dia de hoje trata. É da mulher que vai, mais uma vez, sem vacilar, arregaçar as mangas e emergir dos tempos difíceis.

Custa-me engolir o estereótipo das piadas de mulheres, principalmente quando usados por quem sei que, intrinsecamente, até concorda com eles. Custa-me que algumas mulheres tenham prazer em fazer justiça ao estereótipo da futilidade, da necessidade de apoio masculino, do servilismo e da maldade e inveja quando se trata de outras mulheres.

Em suma, irrita-me que queiramos exigir igualdade ao mesmo tempo que exigimos tratamento especial da parte dos homens e da sociedade pelas nossas diferenças. A "blogosfera" está cheia de "princesas" cujo centro do universo são elas próprias, os seus closets, os seus sapatos, as suas marcas e os seus namorados, quais príncipes encantados, que lhes dão um tratamento absolutamente especial.

Fonte: filmesdeanimao.blogspot.com

Vamos lá desviar os nossos olhos da Cinderela e pô-los na Mulan, se queremos realmente homenagear as mulheres do nosso passado e lutar por um mundo ainda melhor para o nosso futuro.

Bons filmes e boas leituras!

quarta-feira, 7 de março de 2012

Margarita e o Mestre

Acabei de terminar o romance Margarita e o Mestre de Mikhail Bulgakov e estou, como há muito não estava, praticamente sem palavras!


Vou ter de ir por partes... Começo pela história.
O romance tem o arranque mais banal possível... Em moscovo, dois escritores têm uma conversa medianamente filosófica enquanto bebem uma limonada. São posteriormente abordados por outro homem, alegadamente estrangeiro, e nesta altura tudo começa a assumir contornos mais estranhos. Com a adição de mais alguns estranhos participantes, a história rapidamente se preenche de situações non-sense que, mais tarde, se revelarão sobrenaturais. Oscilando entre a história real, partes da história que não é possível (na altura que acontecem) definir se se tratam de realidade ou sonhos e ainda narrativas que remontam ao tempo de Pôncio Pilatos, tanto como parte do romance de um outro escritor (que se junta posteriormente à história) como como vivências na primeira pessoa do tal "estrangeiro", o fio de ligação entre os acontecimentos vai-se revelando, culminando, depois de muitas desventuras sobrenaturais, na revelação de toda a "realidade" das personagens e das situações. Temos ainda a encerrar, uma visão dos locais e dos intervenientes da malfadada história, alguns anos mais tarde, onde percebemos que a normalidade regressa, mesmo após as situações mais incríveis, e apesar de algumas cicatrizes estarem ainda por sarar completamente.
As personagens são todas meticulosamente trabalhadas e cheias de simbologias cuja interpretação, para meu grande desgosto, me transcende em grande parte, apesar de conseguir discernir aqui e ali algumas conotações e de perceber claramente que nada do que é descrito é incluido ao acaso.
Desde o poeta levado à loucura pela incoerência das suas vivências, ao estrangeiro/mágico/hiptnotizador demoníaco e respectiva comitiva que inclui um manhoso e untuoso gato que gosta de vodka e cogumelos de conserva (que come de garfo), ao romancista que incinerou a sua obra prima e perdeu o juízo, à sua respeitável amada que faz um pacto pela sua salvação, nunca se nos apaga a curiosidade de, cada vez que um novo nome surge na história, saber que surpresas nos reserva.
Fundamental é ainda a narrativa. O autor fala-nos como alguém que nos tenta impressionar contando-nos uma história que muitas vezes parece ter presenciado e muitas outras ter ouvido contar já depois de ter sido contada e "acrescentada" muitas vezes. Tenta, como sempre tenta quem conta algo implausível, fazer-nos a todo o custo acreditar na sua narrativa, usando uma linguagem muito informal que por vezes roça quase o infantil (tornando assim algumas passagens menos assustadoras do que poderiam ser), alternando, em alturas específicas, para uma linguagem bem mais elaborada e polida.
Em suma, foi um livro que fui buscar ao caixote em que estava arrumado por ter decidido controlar-me um pouco a comprar livros com tantos ainda por ler em casa mas dificilmente poderia ter feito uma escolha melhor numa compra planeada. Sem dúvida, um dos melhores, mais emocionantes e mais fascinantes livros que li nos últimos tempos por todas as razões. Recomendo vivamente.

Bons filmes e boas leituras!

segunda-feira, 5 de março de 2012

É p'ra amanhã

É p'ra amanha
Bem podias fazer hoje
Porque amanha sei que voltas a adiar
E tu bem sabes como o tempo foge
Mas nada fazes para o agarrar

Foi mais um dia e tu nada fizeste
Um dia a mais tu pensas que nao faz mal
Vem outro dia e tudo se repete
E vais deixando ficar tudo igual

É p'ra amanha
Bem podias viver hoje
Porque amanha quem sabe se vais ca estar
Ai tu bem sabes como a vida foge
Mesmo que penses que esta p'ra durar

Foi mais um dia e tu nada viveste
Deixas passar os dias sempre iguais
Quando pensares no tempo que perdeste
Entao tu queres mas é tarde demais

É p'ra amanha
Deixa la nao facas hoje
Porque amanha tudo se ha-de arranjar
Ai tu bem sabes que o trabalho foge
Mesmo de quem diz que quer trabalhar

Eu sei que tu andas a procurar
Esse lugar que acerte bem contigo
Do que aparece nao consegues gostar
E do que gostas ja esta preenchido

António Variações

E eu não sei se ria, se chore, se entre em pânico... Se a procrastinação fosse uma doença, eu de certeza teria direito a baixa... Ai, ai... 


Bons filmes e boas leituras!

sexta-feira, 2 de março de 2012

Liberdade

— Liberdade, que estais no céu...
Rezava o padre-nosso que sabia,
A pedir-te, humildemente,
O pio de cada dia.
Mas a tua bondade omnipotente
Nem me ouvia.

— Liberdade, que estais na terra...
E a minha voz crescia
De emoção.
Mas um silêncio triste sepultava
A fé que ressumava
Da oração.

Até que um dia, corajosamente,
Olhei noutro sentido, e pude, deslumbrado,
Saborear, enfim,
O pão da minha fome.
— Liberdade, que estais em mim,
Santificado seja o vosso nome.

Miguel Torga, Diário XII

E pronto, porque é sexta feira, ocorreu-me procurar poemas sobre a liberdade em honra dos dois dias da mesma que se seguem... Apaixonei-me imediatamente por este do Miguel Torga, tanto pela sonoridade como pelo conteúdo, e resolvi partilhá-lo convosco. Bom fim de semana!

Bons filmes e boas leituras!

quinta-feira, 1 de março de 2012

O sarcasmo e quem ganha...

Ganho eu, obviamente, mas irrita-me quando se vão embora todos contentes a pensar que ganharam simplesmente porque não compreenderam!