sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Lobotomia!!!

Então não é que só hoje é que descobri porque é que o nosso grande Egas Moniz foi galardoado com o Prémio Nobel?
Aparentemente o senhor desenvolveu o procedimento que está na origem da maioria dos filmes de terror relacionados com instituições psiquiátricas da primeira metade do século XX: a Lobotomia! Foi posteriormente premiado (em conjunto com o alemão Walter Rudolf Hess) pelo uso do mesmo procedimento no tratamento de algumas doenças psiquiátricas.
Ao tempo que eu não me sentia tão orgulhosa do meu país! Awesome Nobel is awesome! (Parece que há para aí alguns comités de ética que discordam...)


Hã?? Para os que andavam a dormir como eu, digam lá se já não aprenderam uma cosia gira hoje!

Friday bitches!

Depois de uma semana a ouvir barbaridades como fazer copy paste do word para o site ou converter uma ficha de inscrição, também ela em word, para form, esta semana parece finalmente ter alguma coisa de positivo: a sexta-feira!



Apetecia-me mesmo era MOOOOSH!!!

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Quase no fim...

Comecei hoje o primeiro volume do quinto e último (publicado) livro da saga A Song of Ice and Fire, e continua a ser espectacular... Histórias que mudam do dia para a noite, surpresas constantes, momentos mais calmos alternados com acontecimentos chocantes, cruzamentos entre personagens cujas histórias pareciam completamente separadas...
O quarto livro centrou-se num conjunto de histórias e personagens deixando as restantes de fora e, pelo que entendi, agora o quinto centrar-se-á nas restantes e os acontecimentos dão-se em paralelo com os do quarto, se bem que no segundo volume as histórias voltarão, a certo ponto, encontrar-se e a decorrer em simultâneo.
Estou a adorar e já a abominar o momento em que vou ter de ficar à espera do próximo livro! Quem manda ser galifona, também???

Leiam! A sério! Já!

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Keep calm and get an axe!

Em Maio:

Chefe: "Precisamos renovar o conteúdo do site. Envie-me todos os textos em word para eu rever."
(Sim, porque ir ao site ler os textos dá uma trabalheira, não pode ser... Felizmente a desgraçada da minha colega disponibilizou-se para andar a percorrer o site e copiar os textos para um ficheiro word.)
Eu: "Certo. Acabaram de seguir. Assim que me enviar os corrigidos começo a actualizar."

Ontem:

Chefe: "Já lhe mandei os novos conteúdos num word. Faça lá o favor de ver isso e pôr online."
Eu: "Por acaso estou a meio de outro trabalho. Este é prioritário?"
Chefe: "Sim. Comprometemo-nos a ter o site pronto no final do mês." (Parece que não acharam importante informar-me, que o estou a desenvolver, nem pedir a minha opinião em relação ao prazo... Seems legit!)
Eu: "Ok. Assim que estiver disponível, aviso."
Chefe: "Sim, mas isso não é só fazer copy-paste?!?!"

Fazer copy-paste, entenda-se, do word para o site. Além de outras alterações a nível de design que ele fez questão de não pedir aos designers mas sim a mim e que visam deixar o site consideravelmente mais desequilibrado e feio, tanto que eu, que não tenho qualquer sentido estético, consigo reparar.

E são estas mentes brilhantes que se encontram à frente das instituições do nosso país.


terça-feira, 25 de setembro de 2012

Scumbag spider...

Há lá melhor maneira de começar o dia do que chocando com uma teia de aranha e ficando com a aranha a passear no braço!
A consequência foi a curta coreografia em fusão de estilo contemporâneo e kung fu que deve ter tido um tal impacto vista de fora que ao cruzar-me, imediatamente a seguir, com duas senhoras, testemunhas de Jeová, as mesmas optaram por me perguntar o que se passava em vez de me falarem da minha salvação.
Tenho para mim que ficaram convencidas de que se tratava de possessão demoníaca.
Pelo lado positivo, tratava-se apenas de um aranhiço e não de uma aranha decente, senão o mais certo é que, neste momento, não emitisse mais do que um ritmado "bip bip bip" da máquina após o ataque cardíaco.

Para completar a festa só mesmo chegar ao escritório e ficar na rua porque a porta não abre...

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Heróis de acção

Ontem apanhei o Rocky IV no canal Hollywood e, obviamente, lá fiquei a rever... Tenho saudades dos heróis humanos, fortes mas com falhas, justos mesmo que nem sempre pelos meios mais legítimos, protectores dos mais fracos mesmo que os os mais fortes sejam mais fortes que eles, corajosos e que se levantam sempre mais uma vez depois de derrotados, que muitas vezes ganham por um golpe de sorte e nem sempre são cidadãos exemplares.
E quero lá saber se é irrealista que o John Rambo sozinho ganhe a exércitos inteiros, que o Rocky Balboa com piores condições consiga sempre preparar-se melhor, que o John McClane sobreviva a explosões ou o Dr. Indiana Jones a quedas mortais, e por aí fora... Com mais ou menos "treta", todos nos ensinavam de uma maneira ou de outra a ser pessoas melhores.
No meio da "violência" toda que não devíamos ver (não?) quando crianças, o que absorvemos foi o conceito de herói.


I love action heroes!!! :D

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Estou muito mais feliz agora...

... que alguém publicou o seguinte no facebook:

"Depois de 2 dias sem fazer coco...borrada monstruosa ao colo do pai!o que vale e que a fralda e boa!!"


Obrigada! Isto sim é algo que eu precisava mesmo de saber!

Os Portugueses São Profundamente Vaidosos

Os Portugueses são profundamente vaidosos. Quando me dizem que eu sou muito vaidosa, eu, nisso, sinto-me muito portuguesa. Quando, por exemplo, os Franceses me dizem, com uma linguagem muito catedrática, «eu conheço muito bem os Portugueses através de toda essa onda de emigração, eles são muito humildes e dizem que o lugar onde gostariam de morrer seria em França», eu digo «tenha cuidado, o português mente sempre. É como o japonês, mente sempre.» Porque tem receio de mostrar o seu complexo de superioridade. Ele acha que é imprudente e que é até disparatado, mas que faz parte da sua natureza. Portanto, apresenta uma espécie de capa e de fisionomia de humildade, modéstia, submissão. Mas não é nada disso, é justamente o contrário. Houve épocas da nossa História em que a sua verdadeira natureza pôde expandir-se sem cair no ridículo, mas há outras em que não. E então, para se defender desse ridículo, o português parece essa pessoa modesta, cordata, que não levanta demasiados problemas, seja aos regimes seja na sua vida particular.

Agustina Bessa-Luís, Dicionário Imperfeito

Hoje deparei-me com este e caiu-me "que nem ginjas". Portanto vou inclinar a cabeça com um sorriso humilde e envergonhado e um brilho orgulhoso meio escondido nos olhos e vou desfrutar do facto de ser sexta-feira! Valha-nos isso!

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

As Farpas 1877 (a sério, não é 2012)

Ironia, verdadeira liberdade! És tu que me livras da ambição do poder, da escravidão dos partidos, da veneração da rotina, do pedantismo das sciencias, da admiração das grandes personagens, das mystificações da politica, do fanatismo dos reformadores, da superstição d'este grande Universo, e da adoração de mim mesmo.


P.J. PROUDHON



SUMMARIO

A actual situação politica. Conceituosa parabola das moscas e das maselas. O partido revolucionario e o partido conservador. A funcção de um e outro d'estes partidos. Anarchia ou retrocesso. Extincção do partido revolucionario por falta de idéas. Mancommunação conservadora. Philosophica historia de uns almocreves e de um pipo de vinho. A profunda synthese do pipo do Estado. (…)


A situação politica...


Mas, perdão - antes de encetarmos este assumpto, uma pequena historia:

Era uma vez um velho burro. Fora madraço e manhoso. Não conquistára amigos porque os não merecia. Tinham-o lançado á margem no fim da vida. Principiou a viver ao acaso, pelos montes. Um dia achava-se defronte de um vallado, estacado ao sol sobre as suas quatro patas, inerte, immovel, olhando para um cardo secco com os seus grandes olhos redondos e encovados em orbitas esqueleticas, pensando nas vicissitudes da vida e procurando arrancar do seu cerebro, para se consolar, algumas idéas philosophicas.

Passou por elle e deteve-se a contemplal-o um joven asno, no viço das illusões, cheio de amor e de zurros, de alegria e de coices. A vetusta ossada angulosa do ancião parecia furar-lhe a pelle resequída e aspera. Um espesso enxame de moscas cobria-lhe as mataduras do lombo e dava-lhe o aspecto de ter um albardão feito de zumbidos e d'asas sobre um fundo de missangas pretas e palpitantes,--coisa rabujosa á vista.

- Sacode esse mosqueiro, disse-lhe o burro novo. Dar-se-ha o caso de que, á similhança do homem, deixasses tambem tu atrophiar o precioso musculo que ahi tens na face para por meio d'elle abanares a orelha e moveres a pelle?... Sacode-te, bestiaga!

Ao que o lazarento, pausado, retorquiu:

- Não sabes o que zurras, joven temerario! O destino de quem tem maselas é que o mosqueiro o cubra. As moscas que tu vês, e de que o meu cerro é a estalagem com mesa redonda, são moscas fartas, teem a mansidão abundante dos estomagos cheios. Se eu as sacudisse, viriam outras,--as famintas, de ferrões gulosos, que zinem como frechas, pousam como causticos, mordem como furunculos. As que tu vês prestam-me um serviço impagavel:- livram-me das que podem vir; são o meu xairel benigno e suave, o meu arnez, a minha couraça. Quando te chegar a idade de seres pasto de moscas (e breve te soará essa hora porque a mocidade é, como a herva, uma ephemera transição entre o alfobre da meninice e a palha da edade madura); quando te chegar o teu dia, lembra-te, asninho imprudente, d'este conselho amigo de um burro velho, que não aprende linguas, mas que tem a experiencia que vale tanto como o ouro: Nunca sacudas mosca desde que creares masela! Teme-te dos papos vasios das revoadas novas. Papos cheios não só não mordem mas até empacham! Comprehendeste, burrinho, a philosophia da minha inercia?

Revertamos agora, como vinhamos dizendo, á situação politica.

Em toda a sociedade em movimento ha dois unicos partidos: o partido conservador e o partido revolucionario.

A funcção do partido revolucionario, qualquer que seja o seu nome--republicano, socialista, federalista, fourrierista, proudhonista, positivista, etc.--é transformar a ordem estabelecida, modificando as condições da civilisação no sentido de um mais rapido progresso.

Para este fim o partido revolucionario agita constantemente por meio de idéas novas as opiniões preconcebidas.
Como, porém, não está ainda definido o programma geral e harmonico da revolução, como a tendencia progressiva das multidões indisciplinadas se basea no sentimentalismo esteril ou no phantastico ideal methaphysico dos phraseadores eloquentes, succede que todo o esforço revolucionario representa para a sociedade um perigo de desordem, de incoherencia e de anarchia.

A funcção do partido conservador é a manutenção da ordem contra todas as invasões que directa ou indirectamente ameacem a integridade da organisação existente. Em todas as velhas sociedades os governos são por essa rasão, os inimigos natos do progresso. A evolução progressiva da humanidade realisa-se, a despeito d'elles, pela elaboração irresistivel das idéas fora da esphera official, sob a acção das descobertas da sciencia ou das suggestões da arte. O mais que fazem os governos é submetterem-se ás transformações sociaes que a solução de cada novo problema resolvido pela sciencia impõe á existencia dos povos. Os governos, portanto, sempre que uma forte effervescencia intellectual não agita a sociedade e os não abala constantemente na eminencia do seu posto forçando-os a concessões successivas, tendem ao retrocesso.

A civilisação não é na orbita politica senão o justo equilibrio das forças resultantes d'essas duas tendencias: a tendencia retrograda na ordem, a tendencia anarchica na revolução.

Em Portugal o que succede?

A vida intellectual é extremamente debil. A sciencia não tem cultores desinteressados e ardentes, a acção da arte sobre a aspiração dos espiritos é nulla.

O resultado é que os partidos de opposição, não encontrando nos phenomenos da vida nacional a profunda expressão implacavel de novas necessidades a que os governos tenham de amoldar-se, acham-se naturalmente desarmados das grandes rasões que reptam os governos a progredir ou a abdicar.

Em taes condições o partido revolucionario dentro da milicia politica, partido fabricado pelos proprios governos com a corrupção do suffragio,- sendo uma pura convenção, uma fixão constitucional, uma expressão rhetorica, sem raizes na consciencia e na vontade popular,-acabou por desapparecer inteiramente do nosso systema representativo. Ha muitos annos que a revolução não tem quem a represente no parlamento portuguez.

Ha, todavia, uma maioria parlamentar e uma opposição composta de varios grupos dissidentes. Estes grupos são fragmentos dispersos do unico partido existente - o partido conservador - fragmentos cuja gravitação constitue o organismo do poder legislativo.

Estes partidos, todos conservadores, não tendo principios proprios nem idéas fundamentaes que os distingam uns dos outros, sendo absolutamente indifferente para a ordem e para o progresso que governe um d'elles ou que governe qualquer dos outros, conchavaram-se todos e resolveram de commum accordo revesarem-se no podler e governarem alternadamente segundo o lado para que as despesas da rhetorica nos debates ou a força da corrupção na urna fizesse pesar a balança da regia escolha. Tal é o espectaculo recreativo que ha vinte annos nos esta dando a representação nacional.

Imaginem meia duzia de almocreves sequiosos que acham na estrada um pipo de vinho. Como nenhum d'elles tem mais direito que os outros a beber do pipo, combina-se que cada um d'elles ponha a bocca ao espicho e beba em quanto os pontapés dos outros o não contundirem até o ponto de o obrigar a largar as mãos da vasilha para as apertar na parte ferida pelos pontapés applicados pela companhia que espera. É exactamente o que ha muito tempo tem sido feito pelos partidos portuguezes com relação ao usofructo do poder que elles acharam na estrada, perdido.

Chegou finalmente a vez de pôr o pipo á bocca um partido excepcionalmente valoroso de sede e inconfundivel de fibra. Este partido não desemboca o pipo por mais que lhe façam. Protestações escandalisadas, de almocreves, retroam.

- Este partido abusa!

- Isto não vale!

- Isto não é do jogo!

- Elle esvasia o pipo!

- Larga o pipo, pipa!

- Larga o pipo, pimpão!

- Larga o pipo, ladrão!

E incitam-se uns aos outros até á ferocidade:

- Chega-lhe rijo!

- Mais! que lhe dôa bem!

- Rebenta-me esse ôdre!

- Racha-me esse tunel!

- Ah! cão!

O partido, porém, continua sempre a beber, e é insensivel a tudo: á dor, ao insulto, ao chasco, ao improperio, á graça pesada, á insinuação perfida e á alusão venenosa!

Em vista de uma tal pertinacia, que nós mesmos somos forçados a taxar de irregular, os partidos em expectativa do pipo, confederam-se, ferem o pacto da Granja, constituem-se n'um só partido novo, - n'uma só bocca para o pipo. Fazem um programma, redigem um manifesto, vão de terra em terra pedindo ao paiz que intervenha. Precisamente lhes occorreu n'esse momento que o pipo tem dono! que é do paiz o pipo!

Instado a intervir pelos pactuantes da Granja, pelos signatarios do manifesto, pelos auctores do novo programma, pelos oradores dos meetings revolucionarios, pelos jornaes opposicionistas, o paiz responde-lhes:

Lestes a historia do sabio burro lazarento contada pelas Farpas? Eu sou esse burro. Vós sois a revoada das novas moscas pretendendo expulsar a revoada velha. Ora, moscas por moscas - sendo meu destino que ellas sempre me cubram e me comam - prefiro as antigas moscas saciadas ás novas moscas famintas.

Deixae-me em paz. E notae que eu nem sequer vos abano as orelhas, - que é para não bolir comigo!




AS FARPAS, CHRONICA MENSAL DA POLITICA, DAS LETRAS E DOS COSTUMES, NOVA SERIE TOMO VIII, Janeiro a Fevereiro 1877, RAMALHO ORTIGÃO - EÇA DE QUEIROZ

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Deadlock

Quando duas pessoas igualmente burras discutem, não conseguindo formular/entender o que querem afirmar de mais do que uma maneira e, apesar de estarem a dizer o mesmo, se estão a exprimir de forma diferente.

Not sure if priceless or agonizing...