Durante este tempo, "fui lendo" também o livro Tinker, Tailor, Soldier, Spy de John Le Carré, que não estando dentro dos meus estilos literários preferidos, não deixou de ser uma leitura diferente e interessante. Gostei especialmente da construção das personagens, muito cuidada e meticulosa, bem como o desenvolver de todo um intrincado enredo de espionagem cheio de detalhes que só são possíveis dada a proximidade do autor com o tema. Não há pontas soltas, tudo encaixa na perfeição. Continuo firme no ponto é que não é o tipo de literatura que mais me fascine, mas reconheço tratar-se, sem dúvida, de uma obra prima do género. Recomendo.
Claro que, assim que estreou, fui também ver o filme (aliás, por saber que que ia ser feito é que comecei a ler o livro). Gostei bastante. O elenco é genial e sente-se o mesmo clima de tensão silenciosa, cheio de segredos e desconfiança que é transmitido pelo livro. Na minha opinião, Gary Oldman interpreta um George Smiley um pouco diferente daquele que é descrito no livro (o que não surpreende neste actor que dá sempre o seu toque pessoal a qualquer personagem que interprete) talvez igualmente cauteloso e hesitante mas com um maior sentimento de segurança.
Claro que tive pena de muitos pormenores na história terem sido omitidos e algumas personagens menos trabalhadas, mas há que saber lidar com o tempo limitado e, neste caso, penso que o tempo utilizado foi optimizado ao máximo.
Recomendo também o filme, com o aviso de que levem em mente que é um tipo de espionagem muito diferente daquele a que 007 e afins nos habituam, muito mais real, tenso e silencioso, como a espionagem deve ser.
Assim sendo, nesta competição Livro vs Filme, vou declarar um empate técnico!
“I have a theory which I suspect is rather immoral,' Smiley went on, more lightly. 'Each of us has only a quantum of compassion. That if we lavish our concern on every stray cat, we never get to the centre of things.”
― John le Carré, Tinker, Tailor, Soldier, Spy
Bons filmes e boas leituras!
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