E pronto. Foi a escolha dos portugueses! Faça-se a nossa vontade!
Se vai ser melhor? Não sei, ninguém sabe. Resta-nos esperar, ouvir atentamente, usar a nossa tantas vezes curta memória, analisar com frieza e sem polarização e avaliar os resultados. Felizmente, esteve agora nas nossas mãos e assim continuará.
Lamento profundamente a abstenção elevada, ainda que os cadernos eleitorais não estejam actualizados, não deixou de o ser, não deixou também de haver a prova irrefutável das reportagens feitas nas praias onde muitos afirmavam não ir votar... É pena. É pena que tão recentemente tenha alguém lutado por este direito para nós hoje o desprezarmos, para não usufruirmos dele, para irmos na nossa passividade gozar o Sol e deixar que outros decidam por nós. É incompreensível e é feio.
Desmotivados com a política, quase todos estamos, não tendo tido ultimamente grandes razões para o contrário, mas se ficamos apenas a ver o barco passar, a dispensar um direito que temos de lhe mudar o rumo, quem somos para depois protestar? Quem somos para nos manifestarmos e fazermos greves? Somos o povo que gosta de se divertir, relaxar e ver o que dá... Enfim, para a próxima será melhor!
Para já, estou moderadamente optimista (não, não me esqueci da Troika nem das pesadas medidas de contenção que estão prestes a entrar em vigor) que vamos começar a seguir por um novo rumo e que alguma coisa pode começar a melhorar... Ver-se-á.
Despeço-me com um clássico:
Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,
muda-se o ser, muda-se a confiança;
todo o Mundo é composto de mudança,
tomando sempre novas qualidades.
Continuamente vemos novidades,
diferentes em tudo da esperança;
do mal ficam as mágoas na lembrança,
e do bem (se algum houve), as saudades.
O tempo cobre o chão de verde manto,
que já coberto foi de neve fria,
e, enfim, converte em choro o doce canto.
E, afora este mudar-se cada dia,
outra mudança faz de mor espanto,
que não se muda já como soía.
Luís de Camões
Bons filmes e boas leituras!
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