Uma palavrinha para as autoras de "blogs cor-de-rosa":
Uma vez que a Margarida Rebelo Pinto consegue ver os seus livros publicados, não me choca nada que estes blogs também o sejam... Ao fim e ao cabo, não são mais nem menos!
O que me choca, isso sim, é a revolta contra a invasão de privacidade da parte de pessoas que decidem tornar públicas as suas vidas.
Sempre que se trate de crime, que se faça queixa à polícia que é o que todas as "figuras públicas" fazem, quando se trata de mera "cusquice" e intromissão através de comentários (positivos ou negativos), por favor, chega do papel de coitadinhas rodeadas de frustrados que vivem a vida através delas... Não gostam? Cá vai uma sugestão barata e de fácil implementação: um diário! Também há a hipótese de escrever num documento (word, por exemplo) e limitar-se a guardá-lo no computador sem o publicar na internet...
Sinceramente, a mim não me afecta muito porque a minha breve passagem por este tipo de blogs foi rapidamente seguida por um enjoo que não vai permitir que me aproxime deles por um bom tempo, mas a auto-comiseração combinada com pedantismo tem a particularidade de me irritar como poucas coisas, por isso decidi deixar uma palavrinha...
Deixo-vos com um belo soneto... Muahahaha
Incultas produções da mocidade
Exponho a vossos olhos, ó leitores ;
Vede-as com mágoa, vede-as com piedade;
Que elas buscam piedade, e não louvores;
Exponho a vossos olhos, ó leitores ;
Vede-as com mágoa, vede-as com piedade;
Que elas buscam piedade, e não louvores;
Ponderai da Fortuna a variedade
Nos meus suspiros, lágrimas e amores ;
Notai dos males seus a imensidade,
A curta duração dos seus favores ;
Nos meus suspiros, lágrimas e amores ;
Notai dos males seus a imensidade,
A curta duração dos seus favores ;
E se entre versos mil de sentimento
Encontrardes alguns, cuja aparência
Indique festival contentamento,
Encontrardes alguns, cuja aparência
Indique festival contentamento,
Crede, ó mortais, que foram com violência
Escritos pela mão do Fingimento,
Cantados pela voz da Dependência.
Escritos pela mão do Fingimento,
Cantados pela voz da Dependência.
Bocage - Sonetos I