Terminei, este fim de semana, As Aventuras Extraordinárias de Gordon Pym e gostei bastante.
Edgar Allan Poe é um contador de histórias sem igual e consegue deixar-nos completamente "agarrados" ao livro. No Sábado à tarde só me apercebi que estava há horas naquilo quando comecei a sentir alguma dificuldade em ler e me apercebi que... Estava a ficar escuro!
A primeira parte (ou pelo menos assim a entendo) da história é emocionante, chocante e aflitiva. Um relato de uma viagem de barco que pretendia ser uma aventura e se transforma num autêntico pesadelo, depois de um motim a bordo e uma série de tempestades que vão varrendo as vidas da maioria dos intervenientes, deixando os restantes sujeitos a provações piores que a própria morte.
Após esta atribulada fase, segue-se uma parte escrita mais em forma de diário de navegação/descoberta (fez-me lembrar O Livro de Duarte Barbosa), com descrições minuciosas do que ia sendo encontrado a cada paragem bem como das embarcações e procedimentos a bordo (Poe mostra um interesse e conhecimento elevados nesta área). Não posso negar que esta parte é um bocadinho menos motivante, especialmente porque passamos de um ritmo de aventura alucinante para este tipo de leitura. Não deixa, contudo, de ser mesmo muito interessante.
Dirigindo-se a viagem para o pouco explorado Polo Sul, voltamos a entrar num clima de aventura quando é descoberta uma civilização de que não há relato, incluindo algumas descobertas também a nível de ambiente, fauna e flora.
Mais uma vez, o perigo espreita e nosso aventureiro tem de recorrer ao seu recente mas fiel amigo e a toda a sua astúcia e força para, novamente, se desenvencilhar de uma situação que parecia não ter solução...
O relato da (realmente) extraordinária viagem é terminado de forma abrupta e num clima de misticismo, o que me deixou com uma certa pena porque estava à espera de outro tipo de fim... Foi uma surpresa, pronto, tem o seu mérito!
Recomendo a quem goste de aventuras.
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