Desde que nos propomos emitir uma verdade de acordo com as nossas convicções damos logo a impressão de fazer retórica. Que espécie de prestidigitação vem a ser essa? Como é que nos nossos dias não poucas verdades, proferidas que sejam, por vezes, mesmo em tom patético, imediatamente ganham aspectos retóricos? Porquê é que na nossa época cada vez há mais necessidade, quando pretendemos dizer a verdade, de recorrer ao humor, à ironia, à sátira? Porquê adoçar a verdade como se se tratasse de uma pílula amarga? Porquê envolver as nossas convicções num misto de altiva indiferença, digamos, de desprezo para com o público? Numa palavra, porquê certo ar de pícara condescendência? Em nossa opinião, o homem de bem não tem de envergonhar-se das suas convicções, ainda mesmo que estas transpareçam sob a forma retórica, sobretudo se está certo delas. Fiodor Dostoievski,
Diário de um Escritor
Este senhor tem sempre razão, excepto se se tratar do Ricardo Araújo Pereira, aí deixai-o falar dessa maneira que tanto nos entretém. :)
Comecei a ler
O Jogador e estou, novamente, apaixonada pela escrita de Dostoievski. Como é que não lia nada há tanto tempo?? Tão, tão bom. Até faz confusão!
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