Então reza assim: ao que parece, na instituição onde trabalho, há muitos, muitos anos, e sabe-se lá com que direcção, houve uma qualquer circular interna (ou boato?!) que estabelecia que os ordenados eram pagos a dia 27 de cada mês... Há quem diga "até", há quem dia "a partir de", na verdade, parece que ninguém sabe ao certo... Porquê? Porque tal como com tudo o que é estabelecido de forma informal, não houve grande preocupação em guardar registo, pois todos sabemos que, mesmo que o houvesse, de pouco ou nada valia.
Estabeleceu-se também, novamente de forma informal, que não era dada muita atenção às faltas, sendo que no fim do ano toda a gente teria os belos dos 25 dias de férias para gozar, quer tivesse faltado ou não durante o ano anterior.
Ainda informalmente, a instituição decidiu que ofereceria o dia de aniversário aos seus colaboradores.
Não é novidade para ninguém, pelo menos na posição de colaborador, que a crise também a nós nos está a afectar, quanto mais não seja pelos cortes a nível de pessoal que foram feitos ao longo do ano passado. Note-se que o que eu acabei de dizer é que, ao longo do ano de 2011, houve gente a ficar efectivamente SEM emprego, colegas nossos, com quem convivíamos, alguns deles, numa base diária.
Então na sequência de estarmos a ser afectados pela crise, os dias de férias passaram a ser considerados conforme definido na lei do trabalho, o dia de aniversário, não temos até agora confirmação se o vamos ter e os pagamentos são agora feitos mais perto do final do mês, eventualmente mesmo no último dia útil deste (O HORROR!).
Aparentemente, estas alterações estão a provocar um profundo sentimento de revolta nos colaboradores que têm DIREITO a receber a dia 26, a ter o dia de aniversário e a ter 25 dias de férias, independentemente de tudo o resto.
Notícias de última hora: NÃO, NÃO TÊM!!! Têm, neste momento, muita sorte por não ter os postos de trabalho em causa e por receberem, como definido na lei do trabalho, até ao último dia útil do mês. Algo que é feito, com boa vontade, em vosso favor não se torna, por mais que se repita durante muito tempo, numa obrigação! Aprendam isto para que essa indignação toda possa ser canalizada para os assuntos certos.
Eu detesto conformismo, mas pior do que conformar-se facilmente é indignar-se indiscriminadamente, faz-nos perder a razão, faz com que quando queremos lutar por algo a que efectivamente temos direito, já sejamos encarados como aqueles que protestam por tudo e por nada e com que não sejamos ouvidos com a atenção necessária a que o nosso problema seja considerado e avaliado da melhor forma.
Protestarmos contra tudo pode resultar em que fiquemos nós roucos e quem nos deve ouvir surdo antes de chegarmos ao momento em que realmente temos razão para protestar. É isto.
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