sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Sobre os encontros em massa...

Tenho neste momento a minha caixa de entrada carregadinha de emails que dizem respeito à marcação de um jantar de curso ou de ano ou do raio que o parta...
Eu sei que não sou um exemplo típico, porque o meu curso tem mais de 200 pessoas por ano, porque não fiz o curso sempre com "o mesmo ano", por isso junta ainda mais gente e porque não sou uma pessoa particularmente sociável (apesar da universidade ter sido um dos meus picos de sociabilidade), mas a verdade é que não conheço, à vontade, oitenta porcento dos nomes constantes daquela lista e dos que conheço, poucos são aqueles com quem, efectivamente, gostaria de jantar.
Será que sou só eu que não vejo grande sentido em juntar-me com uma cambada de estranhos por razão nenhuma em particular? Ou será que é só para mim que uma situação destas se reflecte numa reunião de estranhos?
Considerei o secundário muito mais marcante nesse aspecto e, apesar de reconhecer que, hoje em dia, seríamos também desconhecidos uns para os outros (pelo menos a maioria), em tempos, fizemos todos (ou quase) parte das vidas uns dos outros. Na faculdade não, constantemente me esqueço de nomes e mesmo caras de elementos dos meus grupos de trabalho de semestre inteiros! Há um número tão grande de pessoas que "não sei bem se conheço ou se só conheço a cara" que um jantar destes ia ser recheado de situações embaraçosas de nunca ter a certeza se era suposto falar ou se falar deixaria a pessoa a pensar qualquer coisa como "Olha esta, em tantos anos de curso nunca falou e agora já me conhece"... São estas situações que me fazem concluir que estas pessoas nunca fizeram, realmente, parte da minha vida.
Claro que há também um pequeno grupo da faculdade que me foi muito próximo, que gostaria de ver e do qual tenho imensas saudades, mas se num jantar de secundário, esse grupo representa metade da mesa, num jantar de curso, representa meia dúzia de gatos pingados perdidos no meio de uma multidão...

Tenho é de me deixar de preguiças e sentar a meia dúzia de gatos pingados à minha mesa em volta de uns petiscos e umas minis e com um jogo de futebol a dar na televisão, como nos bons velhos tempos! A ver se esta coisa do jantar a que não vou serve, pelo menos, para me espicaçar nesse sentido...

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